Idade: 8 meses
O início, o começo de tudo...
Tudo parecia bem... mas aos 8 meses, tudo mudou.
8 meses (ano de 2014)
Estava no parquinho do play do nosso prédio, quando segurei no colo uma criança com a mesma idade... e ao contrário da Carolina que era muito molinha de corpo e pescoço... aquela outra menina era bem durinha e firme...
Levei um susto no coração, como uma pancada no peito.
Ali eu acordei e tive a certeza que precisava correr atrás...
O coração de mãe sempre sabe...
Apesar de não entender ou saber o que se passava... no dia seguinte estava no Pediatra, até ali o único médico que tínhamos levado a Carol. Tinha sido o pediatra do parto. Pedi a minha mãe para ir comigo. E naquele dia estas palavras me apavoraram:
"Mãe, deve levar amanhã a Carolina em um Neuro, em carácter de urgência".
Como assim? Só agora após o meu alerta, me pede para ir com carácter de urgência. E não tinha como marcar para o dia seguinte...
Aprendizagem: Mude de médico, sempre que ele não tiver respostas para o seu filho.
Detalhe, eu o pai da Carol, não tínhamos como pagar a consulta particular no dia seguinte, então decidimos procurar uma Neuro e novo Pediatra pelo plano de saúde.
Com ajuda de uma das madrinhas da Carol (um anjo na nossa vida), consegui uma consulta para uma nova pediatra, nessa mesma semana. A 50 Km da nossa casa, mas lá fui eu...
A médica pediatra, era uma senhora, um amor de pessoa, mas os meses seguintes me provaram que nada entendia do assunto também... mas ela teve o seu papel e nos foi orientando, principalmente nos mostrando que os pés da Carol, ficavam em bico e que deveríamos levar a um ortopedista.
Marcamos também a primeira Neuro pelo Plano. Nos pediu alguns exames e sim, nos mostrou que algo se passava com a nossa bonequinha a nível neurológico e motor.
A mãe que eu tinha me tornado, saía de cada consulta, sem saliva... e gelada.
Epilepsia
Começou com 1 ano e 2 meses
- Eu juro que não me lembro onde foi e como foi a primeira crise. Me lembro de 2 ou 3 episódios marcantes e que nos meus pesadelos, sempre voltam. Sei sim, que foram várias, durante longos e duros meses, cada uma de uma forma e por motivos diferentes. Sei que em cada uma delas, eu saí do meu corpo. Gritei por socorro ou surtei. Em outras engoli o choro e fiquei em estado choque. Mas sei que envelheci. Sei o pânico e pavor que tive de a perder em meus braços a cada uma delas. Sei que morri junto, em cada neurónio que se vai, um de cada vez... e na maior parte delas, estava sozinha com a Carolina.